sexta-feira, 23 de março de 2012

Morte de uma estação




Choveu toda a noite sobre as memórias do verão. Ao anoitecer saímos no meio de um ribombar lúgubre de pedras, imóveis na margem segurando lanternas para explorar o perigo das pontes. Ao amanhecer vimos as pálidas andorinhas ensopadas e pousadas sobre os fios espreitando os sinais misteriosos da partida - e reflectiam-nas na terra as fontes de rosto desfeito.


Morte de uma estação, Antonia Pozzi, selecção e tradução de Inês Dias, ed. Averno

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