A galinha queria botar ovo. Agitada no galinheiro, andava de um lado para outro bem perto da tela, desejando ultrapassar. Um dia estava sumida, parecia que tinha ido pro quintal vizinho. Quando menos se esperava, Malu descobre ela deitadinha debaixo da cadeira perto da porta da sala, encima de panos e uma sacola plástica, que servem para vedar a fresta entre o chão e a porta em dias de chuva. Todos os dias seguidamente ela está lá. As asas cortadas para que não voe e ela sai do galinheiro e vem entregar seu ovo, aproveitando que um dos pedaços de vidro da porta quebrou, deixando um retângulo perfeito para ela passar. Depois de sete ovos, houve dia que deixou dois, o cãozinho da casa dos netos veio para ficar por alguns dias, enquanto passeavam na capital. Foi quase o fim da "comadre" quando o Guga a encontrou debaixo da cadeira. Muitos latidos e cacarejos, penas pra todos os lados, a coitada correu pro quarto e sumiu debaixo da cama. Guga levou muita bronca e foi colocado em outro quarto, para ficar preso e não piorar a situação. Parecia que a galinha estava semi morta. Arreda a cama aqui, depois ali e finalmente conseguiu-se pegá-la. Para surpresa, inteira e resistente. Voltou pro galinheitro, mas ovo naquele dia nenhum. Pegamos os panos e a sacola, pusemos no caixote que ela estava desprezando, para que não voltasse à sala. Foi então que no dia seguinte, ao entrar no galinheiro para trocar a água, havia dois ovos no ninho com o novo colchão. Hoje, assim que o cão foi embora, ela foi vista passeando pelo quintal. Ainda que, mesmo com as penas das duas asas cortadas, ela força uma pequena abertura na parte de baixo do portão mambembe do galinheiro e sai a passear.
27/07/2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário