terça-feira, 21 de julho de 2015

 Dez  dicas  para diminuir  as pegadas  de carbono da sua despensa

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A pegada de carbono vem da expressão em inglês "carbon footprint", e está relacionada à nossa pegada ambiental que afeta o mundo todo, medindo quanto de dióxido de carbono produzimos por meio de nossas atividades diárias e como algumas atitudes fazem crescer a emissão de gases de efeito estufa, consequentemente contribuindo para o aquecimento global.
Geralmente, cada indivíduo tem uma pegada de 4 toneladas de dióxido de carbono por ano. Alguns sites bacanas e interativos te ajudam a calcular a sua própria pegada de carbono, como o site português CGD.
Vamos começar aos poucos e pensar na despensa da sua casa. Será que a sua cozinha é tão "verde" quanto você imaginava? Veja a lista que fizemos para que sua despensa seja mais ecologicamente amigável.
1. Evite compras semanais
Não faça compras à toa, pois além de perder tempo, isso traz consequências ao meio ambiente, o que acaba sendo uma atitude pouco eficiente e nada ecológica. Faça listas de compras para evitar ter que sair novamente por ter esquecido um só item - o ideal é a chamada despesa aqui no Brasil, quando você faz as compras de todos os itens básicos mensalmente.
2. Use sacolas reutilizáveis
Estão lembrados de todo o rebuliço que houve por conta das sacolinhas plásticas? Não é mito, elas realmente levam cerca de dez anos para se decomporem, além de que seu descarte incorreto acarreta na poluição dos mares, por exemplo, causando morte de vários animais marinhos que ingerem fragmentos plásticos. Então, lembre-se de carregar consigo sacolas reutilizáveis (como as oxibiodegradáveis ou ecobags) para levar suas compras. Veja outras alternativas às sacolinhas de supermercado aqui.
3. De olho na embalagem
Ao fazer suas compras, observe se as embalagens dos produtos são recicladas ou recicláveis e, se possível, opte por elas. Além disso, você pode comprar especiarias a granel em vez das industrializadas e armazená-las em potes e recipientes reciclados esterilizados.
4. Evite desperdiçar alimentos
Não deixe seus alimentos estragarem, para isso, você pode utilizar frascos transparentes para armazenar a comida, datar os alimentos perecíveis para saber até quando eles podem ser utilizados, e organizar sua despensa de forma que você utilize primeiro os alimentos com expiração da data de validade mais próxima. Veja aqui 18 dicas para evitar o desperdício de alimentos.
5. Use uma composteira
A compostagem é a reutilização do lixo orgânico que o transforma em adubo. Fazer compostagem doméstica minimiza os impactos ambientais do seu consumo diário, assim diminuindo a sua pegada de carbono.
6. Prefira itens cultivados localmente
Prefira comprar itens que sejam produzidos em lojas locais. Comprar temperos e especiarias, por exemplo, que são cultivados em lugares mais distantes pode aumentar sua pegada de carbono. Adquiri-los de fazendas locais e nas feiras é uma boa pedida. Outra ideia é fazer sua própria horta orgânica, ou ainda, se você não tiver muito espaço para isso, você pode criar uma horta na janela da sua casa.
7. Seja vegetariano uma vez por semana
Sendo vegetariano pelo menos uma vez por semana, você poupa os enormes gastos de água e de energia que ocorrem no processo de produção para o consumo de carne, e portanto, além de fazer muito bem para a sua saúde, essa atitude diminui a sua pegada de carbono. Se conseguir manter essa dieta duas ou três vezes na semana, será ainda melhor.
8. Use produtos de limpeza “verdes”
Você pode usar vinagre, limão, bicarbonato de sódio e óleos essenciais em vez de produtos industrializados, pois, além de serem menos nocivos ao meio ambiente, eles irão fazer um favor para a sua pele, para os seus pulmões e para o seu bolso também!
9. Evite comidas processadas
Os alimentos processados são uma grande facilidade, mas tal economia de tempo e dinheiro pode acarretar em consequências enormes para a sua saúde. Muitos dos alimentos processados possuem aditivos, conservantes e ingredientes artificiais que são tóxicos ao nosso organismo. Portanto, dê um tempo a batatas chips, refrigerantes e carnes processadas. Além de fazerem mal à nossa saúde, as técnicas empregadas no sistema de produção de tais alimentos trazem impactos para o meio ambiente. Evite-os ao máximo!
10. Leia os rótulos
É sempre importante saber exatamente o que você está ingerindo. Portanto, atenção aos rótulos e fique longe de produtos enlatados que tenham ingredientes processados, como açúcares, gorduras e substâncias químicas. 
http://www.ecodesenvolvimento.org/posts/2015/julho/dez-dicas-para-diminuir-as-pegadas-de-carbono-da#ixzz3gZn19rq2
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terça-feira, 14 de julho de 2015

Princípios da Permacultura




Princípios Éticos:
Cuidados com o planeta
Cuidados com as pessoas
Compartilhar excedentes (inclusive conhecimentos)
Limites ao consumo
Quanto mais se aproxima da natureza, menos se trabalha.
Quando criamos sistemas auto-sustentados, não precisamos trabalhar para alimentar e proteger os elementos do sistema. Uma floresta produtiva, uma vez estabelecida, exige muito pouco cuidado para se manter, Comparados com as monoculturas, sistemas altamente artificiais que nunca ocorrerão na natureza, sistemas permaculturais que se aproximam da natureza não precisam de adubo, irrigação nem defensivos. Produzem séculos a fio e melhoram cada vez mais o solo, recuperando também o regime das águas da região.

Podemos incorporar animais nestes sistemas se criarmos condições de vida parecidas com aquelas do habitat natural do animal. Tomando o exemplo da galinha, percebemos que é a natureza da galinha de pastar e de ciscar, de comer uma grande variedade de verduras, grãos (pode ser sementes de capins) e insetos. Elas vivem em bandos e sempre dormem no mesmo lugar, no alto. São relativamente resistentes ao frio, mas temem o calor, exigindo sombra. Sofrem predações de gaviões e raposas, precisando de uma boa proteção.
Analisando estas necessidades do animal, podemos muito bem criar uma floresta forrageira para galinhas, incorporando árvores frutíferas (amora, goiaba, acerola, etc.), com verduras rasteiras e grãos (milhetos, capins, etc.), criando um pasto equilibrado onde a galinha se alimenta e se protege. O único trabalho que sobra para o homem nestas condições é de coletar os ovos e vigiar o estado do pasto e dos animais. Uma vez estabelecido, este sistema dura muitos anos com o mínimo de investimento, dando lucro maior do que as granjas industrializadas que exigem altos investimentos em insumos e medicamentos. E, obviamente, a qualidade dos produtos será muito maior.
Substituir altos investimentos e trabalho por planejamento e criatividade.
ou
“Se o sistema está lhe dando muito trabalho, você ainda não pensou o suficiente”
Scott Pittman

O homem está longe de aproveitar plenamente os seus dons criativos. No planejamento de uma propriedade, reflexão e observação podem mostrar soluções engenhosas para os problemas, evitando gastos e trabalho. Podemos aproveitar ao máximo a força da gravidade, por exemplo, para a distribuição da água, colocando áreas de captação no alto da propriedade em vez de colocá-las, como muitos fazem nas baixas, e depois depender de bombas, Ou podemos observar que os animais de modo geral depositam mais esterco de noite do que de dia. O gado pode pastar nas áreas ricas das baixadas durante o dia e dormir em estábulos no alto da propriedade, retransportando assim os nutriente para o alto da propriedade, de onde, com a ajuda da força da gravidade, a distribuição se torna mais fácil.
Precisamos ter a coragem de criar soluções totalmente diferentes dos vizinhos. E precisamos perceber que nenhum sistema é perfeito: sempre tem espaço para mais um elemento, para mais uma função, muitas vezes simplesmente conectando dois elementos já existentes. O limite do sistema é a nossa criatividade.
O problema é a solução
Problemas apontam situações especiais que podem ter uma função única. Se uma área é árida, por exemplo, pode-se especializar em plantas da família dos cactos, como o Figo da Índia ou a cochonilha, um inseto que produz uma tinta valiosa e que se desenvolve no cactos Opuntia. Se uma encosta é pedregosa, ela pode oferecer condições especiais para certas plantas que não de adaptariam em outra áreas mais férteis da propriedade. Se as lavouras sofrem ataques de caracóis, sinal que esta região se presta para a criação destes. Todo problema aponta para uma oportunidade. É questão de enfoque.

A diversificação garante a estabilidade
A estabilidade de uma propriedade ou de uma comunidade depende da disponibilidade de uma gama de produtos espalhados ao longo do ano. Isto protege contra desastres climáticos, porque no caso de qualquer emergência (seca, tempestade), alguns dos produtos vão escapar, devido a uma resistência maior, ou devido ao fato de crescer em épocas diferentes. Deve-se sempre cogitar culturas de emergência, garantidas de dar alguma produção mesmo sob condições adversas. Os povos antigos fazem policulturas por este motivo. Policulturas que incorporam árvores no sistema são as mais estáveis do todas. Uma floresta produtiva dificilmente se abate com a seca ou com o granizo.

A estabilidade vem quando se fecham os ciclos
Quando uma parte do sistema sustenta outra, evita-se a necessidade de procurar insumos fora da propriedade, fortalecendo assim todo o sistema. Da mesma maneira, uma comunidade inteira ganha estabilidade quando os produtos circulam localmente, evitando assim perdas por desperdício ou sangria para uma metrópole central. Considerando, por exemplo, que um terão dos produtos agrícolas no Brasil se perdem antes de chegar à mesa do consumidor, podemos ver a importância do consumo local, que assegura que o que se produz não se perde no processo de transporte e distribuição.

Da mesma maneira, se numa comunidade o mesmo dinheiro troca de mãos muitas vezes, isto tem o mesmo efeito de ter uma quantidade muito maior de dinheiro disponível. Se este dinheiro vai embora para o centro urbano, a comunidade local se empobrece.
Um dos maiores perigos para a estabilidade de uma propriedade rural ou de uma comunidade¸ a poluição. A vida não se mantém onde não há água limpa, por exemplo. Visto que a poluição provém de produtos ainda não utilizados, podemos vê-la como uma fonte de renda em potencial quando se trata de esgotos, ou mesmo de sub-produtos industriais. Os agrotóxicos obviamente nunca oferecem um potencial para reciclagem (e deveriam ser banidos da face do planeta).
Precisamos responsabilizar-nos pelos nossos netos
Tivemos o privilégio de poder ainda desfrutar de florestas, de beber água limpa , de contemplar paisagens belas. Os nossos netos também têm este direito, e cabe a nós a responsabilidade de assegurar que estes direitos sejam respeitados. Isto pode sugerir muitas frentes de ação: conservação de áreas naturais ainda pouco modificadas pelo homem; desenvolvimento de uma forma de agricultura não devastadora; proteção das águas, especialmente do lençol freático. (Um rio pode-se limpar em poucos anos. Um lençol freático, uma vez poluído, dificilmente se limpa de novo). Em termos práticos, uma floresta desmatada leva entre doze a vinte anos para se recompor, e leva entre sessenta e duzentos anos para chegar a um estágio parecido ao original. Se colhermos somente as árvores no final do seus ciclos e plantarmos culturas adaptadas a estas condições de mata, podemos manter a cobertura vegetal e mesmo assim ter uma boa renda. Cada tipo de árvore tem as suas utilidades. Hoje, nos desmatamentos, a grande massa de madeira (com exceção das árvores mais conhecidas como o mogno) é desperdiçada.

Um agricultor pode muito bem plantar uma parte de sua propriedade com madeiras nobres, criando assim um patrimônio inabalável. Não importa se estas madeiras começarem a dar uma colheita daqui a vinte ou trinta anos: o agricultor, nesta época, já vai estar velho e as árvores podem garantir sua velhice, uma forma de aposentadoria particular. E como se pode colher as madeiras gradativamente, replantando ao mesmo tempo que colhe, ele cria um patrimônio para muitas gerações futuras.
Os problemas são basicamente domésticos e podem ser resolvidos no nível doméstico
Não há soluções em grande escala para problemas locais. Não há soluções tecnológicas para problemas que são basicamente sociais. Cada vez que uma família consegue se auto-sustentar, produzindo os seus próprios alimentos e reciclando os seus dejetos, esta deixa de participar da agricultura devastadora e deixa de poluir. Cada propriedade, mesmo bem pequena, pode captar água e produzir alimentos. As possibilidades são infinitas: podemos usar toda parede e até telhados das construções para produzir alimentos. Podemos captar água numa variedade de maneiras e reciclar toda água que utilizamos, fazendo-a render muito mais. Tomando como exemplo a perigosa falta de água potável: poucas pessoas se dão conta de que a descarga doméstica gasta 40% de toda a água consumida. Isto representa 100 litros de água por pessoa por dia! Pode-se imaginar a gravidade desta situação numa cidade de milhares ou milhões de pessoas. Podemos dar descarga com a água servida das pias ou do chuveiro, evitando assim este desperdício desastroso para toda a humanidade. Em áreas mais suburbanas ou rurais, podemos desenvolver privadas secas, das quais existem muitos modelos eficazes hoje. Lembrando que os esgotos são também grandes fatores de poluição de lagos, de rios e do mar, vemos a importância do tratamento doméstico dos efluentes através de filtros ou de sistemas com plantas. Uma aldeia (ou bairro) de 300 pessoas tem a capacidade humana de preencher todas as necessidades das pessoas do lugar. Mesmo numa situação urbana, pode-se aproveitar os espaços baldios para produzir alimentos e pequenos animais. Cada vez que isto ocorre, economiza-se petróleo e espaços naturais que hoje estão sendo desmatados para produzir alimentos em grande escala. Plantações pequenas e intensivas são muito mais produtivas em qualquer lugar do mundo. O pavor de falta de terras agrícolas é um mito: toda terra pode ser agrícola! O que se chama “agrícola” hoje são aquelas onde pode-se entrar com máquinas pesadas, comprovadamente destruidoras da estrutura do solo. De fato, as terras mais “agrícolas”, em termos de produção, são aquelas frente à porta da cozinha! (é claro que o grande problema é o fato da agricultura se industrializar e ser vista como produtora de dinheiro. Isto levanta grandes problemas práticos, já que se destrói para ganhar a curto tempo. Isto vai acabar de fato somente quando houver ou uma pressão pública em massa ou quando tais sistemas não forem mais viáveis economicamente. Há sinais de que os dois processo estão acontecendo. O aumento de custos em petróleo e agrotóxicos faz com que a agricultura intensiva e orgânica hoje se torne muito mais lucrativa. Se os problemas são basicamente domésticos e podem ser resolvidos a nível doméstico, isto implica que nós podemos resolver os nossos problemas, não precisando de algum engenheiro ou outro especialista, ou o governo, etc. para dar as soluções. O poder da ação volta para as mãos do indivíduo, da família, ou da comunidade local.

Todo sistema deve produzir mais energia do que consome
Quando falamos em “energia”, podemos pensar em calorias. Vários levantamentos tem mostrado que a agricultura industrializada é, em muitos casos, deficitária energeticamente: para cada caloria de alimento produzida, gastam-se duas a oito (ou mais!) calorias na forma de petróleo (transporte, insumos, máquinas agrícolas, etc.). Qualquer sistema deficitário, que seja em termos monetários ou energéticos, é fadado a falir, cedo ou tarde. Os sistemas permaculturais se tornam produtores energéticos de várias maneiras:

a) Produção intensiva em relação ao trabalho. Sistemas permanentes exigem poucas ou nenhuma máquina e pouco ou nenhum insumo, consumindo menos calorias do que produzem;
b) Produção para consumo local. Evitam-se assim gastos em transporte;
c) Utilização das energias do lugar (gravidade, transporte animal, sol, vento, etc.);
d) Reciclagem dos dejetos. Os fertilizantes industrializados são produzidos a partir do petróleo e exigem muitos gastos em transporte. Quando os insumos são produzidos localmente, evitam-se todos estes gastos;
e) Utilizando energias alternativas captadas no lugar: cozinhado com fogões solares e a lenha, biogás, painéis solares, etc.
Visa-se cooperação em vez de competição, integração em vez de fragmentação
O espírito de cooperação é a grande chave para a recuperação da qualidade de vida no planeta. Vista em termos sociais, a cooperação nos leva a ver todo estranho como amigo em potencial, enquanto a competição nos ensina a ver todo estranho com adversário em potencial. Esta mudança de atitude traz mudanças de comportamento fundamentais. Na cooperação, a energia é gasta de uma maneira mais construtiva, somando a energia de uns com os outros, em vez de se anularem mutuamente, como é o caso da competição. Na agricultura, esta mudança de atitude também transforma o comportamento. Se uma praga ataca a lavoura, um agricultor que se baseia em cooperação com a natureza procurará compreender o porque deste ataque. A planta está enfraquecida? O inseto está com fome por falta de um posto natural? Chega-se até a plantar alimentos para o inseto considerado ‘praga’, reconhecendo que este, como todo ser natural, merece viver. Este convívio pacífico com a natureza faz com que o agricultor não precise mais declarar guerra química na sua propriedade, produzindo assim alimentos de qualidade e limpos, sem comprometer a qualidade da água nem do solo. A cooperação nos leva a ver tudo como sendo interligado. Não é: “eu contra você”, mas “eu junto com você”. Não é: eu contra a praga, mas eu trabalhando em conjunto com a natureza, dentro de um contexto. Desaparece o sentido da fragmentação, de ver um mundo como formado de peças separadas, passando a ver o mundo como um todo integrado, onde mudanças em um elemento dentro do sistema (agrícola ou social), modifica a situação de muitos outros elementos que estão interligados com este. Isto é o que transforma o sistema todo.

A permacultura não é apenas uma técnica ou muito menos um pacote. É muito mais complexo que uma simples agricultura sem agrotóxicos, mais complexo que uma agricultura ecológica, ou sustentável, ou biodinâmica. É uma forma de viver que pode ou não envolver essas e outras técnicas. Ao mesmo tempo é muito mais simples por ser a conduta natural das coisas. Necessita apenas de uma observação sem máscaras, da natureza, sem pressa e com atenção. Sem preconceitos.

Grupo de Permacultura Centro de Ciências Agrárias da UFSC

http://www.cca.ufsc.br/permacultura/

O QUE É PERMACULTURA?


“Permanent Agriculture” em inglês – nasceu na cabeça de Bill Mollison, ex-professor universitário australiano, na década de 1970. Refugiado das loucuras da sociedade de consumo, Mollison percebeu que nem os cantos remotos do interior australiano onde morava seria poupado do colapso planetário iminente – a flora e a fauna estavam diminuindo sensivelmente…
“Resolvi”, falou Mollison na sua passagem pelo Brasil em junho de 1992, “que, se voltasse para o mundo, voltaria com uma coisa muito positiva”.

Foi assim que nasceu a idéia de criar sistemas de florestas produtivas para substituir as monoculturas de trigo e soja, responsáveis pelo desmatamento mundial. Observando e imitando as formas de florestas naturais do lugar, revelou-se possível a criação de sistemas altamente produtivos, estáveis e recuperadores dos ecossistemas locais.
Depois de dez anos implantando, com grande sucesso, tais sistemas em todos os continentes, Mollison e seus colaboradores perceberam que não adianta concentrar-se em sistemas naturais sem considerar os outros sistemas tão vitais para a sobrevivência humana: sistemas monetários, urbanos (arquitetura, reciclagem de lixo e águas), sociais e de crenças. A “Permanent Culture”.
Hoje a permacultura conta com mais de 10.000 praticantes em todos os continentes e mais de 220 professores trabalhando em tempo integral. A permacultura chegou no Brasil através do primeiro curso dado por Bill Mollison, em Porto Alegre. Hoje existe uma equipe de profissionais – agrônomos, engenheiros, arquitetos, etc. – que estão se aprofundando nestas idéias e que já fundaram o primeiro sistema LETS de troca de serviços da América Latina.
Baseada na prática de “Cuidar da Terra, cuidar dos homens e compartilhar os excedentes” (quer sejam dinheiro, tempo ou informações), a permacultura ousa acreditar na possibilidade da abundância para toda a humanidade através do uso intensivo de todos os espaços, através do aproveitamento e geração de energia, da reciclagem de todos os produtos (acabando assim com a poluição) e através da cooperação entre os homens para resolver os grandes e perigosos problemas que hoje assolam o planeta.


Grupo de Permacultura Centro de Ciências Agrárias da UFSC
http://www.cca.ufsc.br/permacultura/

http://www.recriarcomvoce.com.br/blog_recriar/o-que-e-permacultura/

segunda-feira, 13 de julho de 2015

OURO PRETO - COM QUE ROUPA EU VOU

Conexão Lusófona - Moradores de favela carioca transformam depósito de lixo em parque ecológico e viram exemplo mundial

A ideia de tornar um depósito de lixo num parque ecológico surgiu de dois moradores do Morro do Vidigal (Rio de Janeiro). Com o passar do tempo, tornou-se um projeto comunitário que realiza atividades de reflorestamento, reciclagem, paisagismo, agricultura urbana e uma equipa composta pelos moradores da favela removeu 16 toneladas de lixo que se haviam se acumulado por mais de 25 anos, e reciclaram alguns resíduos para a construção do próprio parque. Hoje, são 8,5 mil metros quadrados de jardim, horta comunitária e espaço de entretenimento em que pneus velhos foram transformados em escadas e assentos sanitários tornaram-se vasos de plantas. A iniciativa ganhou reconhecimento a nível mundial e já recebeu vários prêmios internacionais.

 http://www.conexaolusofona.org/moradores-de-favela-carioca-transformam-deposito-de-lixo-em-parque-ecologico-e-viram-exemplo-mundial/#.VaR10Pkm9XB