domingo, 9 de fevereiro de 2014

China abandona ênfase em testes padronizados




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A China, país cujo sistema educacional é conhecido pela grande ênfase em testes, acaba de anunciar uma reforma educacional que tem como objetivo diminuir o peso das provas padronizadas e incorporar outras medidas para determinar a qualidade de ensino. Li a notícia no blog The Answer Sheet, hospedado no site do jornal norte-americano The Washington Post, mas quem postou originalmente a respeito do assunto foi o pesquisador Yong Zhao em seu blog. Zhao é presidente e reitor associado de educação global da Faculdade de Educação da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, e fellow do International Academy for Education. 

Zhao afirma que a reforma, anunciada no dia 19 de junho, foi iniciada porque a ênfase nos testes prejudicou o desenvolvimento dos alunos como indivíduos e seu crescimento saudável, além de limitar as oportunidades para que os estudantes desenvolvam responsabilidades sociais, espírito criativo e habilidades práticas. O governo chinês resolveu, então, aumentar o escopo de avaliação dos alunos, que agora integra cinco áreas:

1) Desevolvimento Moral, indicado por hábitos e comportamentos, cidadania, personalidade, caráter, ambição e crenças. 

2) Desenvolvimento Acadêmico, indicado por conhecimento, habilidades (inclusive as práticas), pensamento disciplinado e criatividade.

3) Saúde Psicológica e Física, indicadas por condicionamento físico, hábitos de vida saudáveis, gosto artístico e estético, controle e saúde emocional  e comunicação interpessoal. 

4) Desenvolvimento de Interesse e Talentos Únicos, indicados por curiosidade, talento e habilidades únicas e o descobrimento e desenvolvimento de potenciais. 

5) Carga Acadêmica, indicada pelo tempo de estudo (tempo na escola, de lição de casa e tempo de sono), qualidade de ensino , nível de dificuldade das aulas e a pressão acadêmica.

O que acontece na China neste momento é um processo de revisão de uma parte da filosofia do modelo educacional adotado, já que o que mudou é o entendimento do poder público sobre qualidade educacional. É exatamente esse o processo ao qual me referi no último post. A identificação de um problema (o excesso de provas padronizadas estava prejudicando os alunos) levou o governo a definir que o sistema educacional agora enxerga o aluno de maneira holística. 

Confesso que achei alguns dos termos acima genéricos e, por isso, estou atrás de mais informações. Mas é possível identificar medidas interessantes nas cinco áreas, que certamente afetam a qualidade de ensino: hábito de vida saudável; criatividade; tempo de estudo (medido por quanto tempo o aluno passa na escola, fazendo lição de casa e dormindo); talento; e o nível de dificuldade das aulas e de pressão acadêmica, entre outros

http://www.educacaoepesquisa.blog.br/

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