terça-feira, 28 de agosto de 2012

Vamos la na cozinha!






















    
Um gostoso chocolate, bolo e causos.
O dia ganha clima, a vida cor e sabor.
Mesmo quando a mesa não esperava por mais ninguem,
a cozinha acorda e se prepara para novo momento.
Calor e carinho juntos a espantar o frio e medos. 
É uma casa mineira, de vó, 
onde a tia mantém viva toda hospitalidade de outrora.
Colorindo a saudade as crianças brincam, trazendo vida ao novo tempo. 
Em uma esquina do Rosário, o sino toca, Ouro Preto, encantamentos.

Sem minha Westinghouse (Quase Final)

A Geladeira 

Minha Westinghouse não foi pintada, falta de planejamento mesmo.
Embora tenha conseguido um endereço para a lanternagem, ela ficou aqui, parada.  
O pior que desligada, e sem cor.
Agora, não tendo outra opção, necessito realmente vender.
Surgiu outra causa e não vejo saída.
Um ano depois de iniciada essa história, sem resultado algum, tenho que me render a um final nem triste ou alegre para mim,
com certeza muito feliz para alguém.
Ela é linda mesmo!

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Uma arte


Elizabeth Bishop
Tradução de Horácio Costa

A arte de perder não tarda aprender;
tantas coisas parecem feitas com o molde
da perda que o perdê-las não traz desastre.

Perca algo a cada dia. Aceita o susto
de perder chaves, e a hora passada embalde.
A arte de perder não tarda aprender.

Pratica perder mais rápido mil coisas mais:
lugares, nomes, onde pensaste de férias
ir. Nenhuma perda trará desastre.

Perdi o relógio de minha mãe. A última,
ou a penúltima, de minhas casas queridas
foi-se. Não tarda aprender, a arte de perder.

Perdi duas cidades, eram deliciosas. E,
pior, alguns reinos que tive, dois rios, um
continente. Sinto sua falta, nenhum desastre.

- Mesmo perder-te a ti (a voz que ria, um ente
amado), mentir não posso. É evidente:
a arte de perder muito não tarda aprender,
embora a perda - escreva tudo! - lembre desastre.